O diagnóstico de endometriose é confirmado por exames de imagem e exige cirurgia em caso de falha no tratamento clínico, infertilidade ou progressão da doença
A endometriose é uma condição ginecológica que afeta cerca de 15% das brasileiras em idade fértil, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose. Ela ocorre quando o tecido endometrial, que reveste o útero, cresce fora dele, causando inflamação e dor. O diagnóstico da endometriose é fundamental para o controle da doença e para a escolha do tratamento mais adequado, que pode variar desde o uso de medicamentos até a cirurgia, dependendo da gravidade dos sintomas e da extensão da condição.
Fatores de risco da endometriose
O diagnóstico da endometriose pode ocorrer a qualquer mulher em idade fértil, mas existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvimento da doença. Mulheres com histórico familiar de endometriose, especialmente se envolver a mãe ou a irmã, têm maior probabilidade de desenvolver a condição, o que sugere a influência de fatores genéticos.
Mulheres que menstruam precocemente, antes dos 11 anos, ou que possuem ciclos menstruais curtos, com menos de 27 dias, também possuem risco aumentado, já que estão expostas aos hormônios menstruais por um tempo maior. Fluxos menstruais abundantes e prolongados também estão associados à endometriose, pois favorecem a migração e o crescimento do tecido fora do útero.
Da mesma forma, mulheres que nunca engravidaram têm mais ciclos menstruais ao longo da vida, o que resulta em maior exposição hormonal, elevando o risco de endometriose. Já aquelas que têm filhos, devido aos períodos de gestação e amamentação, apresentam menos ciclos menstruais, o que reduz a exposição aos hormônios e diminui a probabilidade de desenvolver a doença.
Principais sintomas da endometriose
O diagnóstico da endometriose frequentemente inicia-se a partir das queixas da paciente, que relata uma variedade de sintomas que impactam a qualidade de vida. Os focos endometriais podem atingir diferentes órgãos, produzindo dores e sinais distintos. Entre os sintomas mais comuns da condição estão:
- Cólicas menstruais intensas, muitas vezes impedindo a realização de atividades cotidianas;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dor pélvica crônica;
- Dor e sangramento ao urinar e evacuar, especialmente durante a menstruação;
- Diarreia;
- Fadiga;
- Dificuldade para engravidar.
Como o diagnóstico da endometriose é realizado?
O diagnóstico da endometriose costuma levar cerca de quatro anos para ser concluído, devido à semelhança dos seus sintomas com os de outras doenças ginecológicas. A investigação geralmente se inicia com a avaliação das queixas relatadas pela paciente. Em seguida, realiza-se o exame de toque durante a consulta, que tem o objetivo de identificar nódulos, espessamento da parede vaginal ou aderências.
O diagnóstico da endometriose é mais preciso quando é possível observar diretamente o tecido afetado. A laparoscopia pélvica é o método mais utilizado para isso. Trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva, na qual um pequeno tubo com câmera é inserido através de pequenas incisões no abdômen, permitindo a visualização da área pélvica. Outros exames, como a ressonância magnética com preparo intestinal, também contribuem para a investigação.
Qual profissional realiza o diagnóstico da endometriose?
O ginecologista é o médico adequado para o diagnóstico da endometriose, já que é capacitado e experiente em investigar condições relacionadas ao sistema reprodutor feminino. Esse profissional avalia os sintomas apresentados pela paciente, realiza o exame físico e solicita os exames necessários, como ultrassonografia para descartar outras condições, além da ressonância magnética e da laparoscopia para confirmar a presença da doença.
Além de realizar o diagnóstico da endometriose, o ginecologista é responsável pelo tratamento e pela orientação sobre as mudanças necessárias no estilo de vida. Esse profissional também acompanha a evolução da doença, ajustando o tratamento conforme a necessidade e monitorando sua progressão ao longo do tempo.
Quando é necessário operar a endometriose?
Logo após o diagnóstico da endometriose, a condição pode ser tratada com medicamentos que aliviam os sintomas, como analgésicos e anti-inflamatórios, ou remédios hormonais que suspendem a menstruação, caso a paciente não esteja tentando engravidar. No entanto, em certos casos, a intervenção cirúrgica se torna necessária, como nas seguintes situações:
- Falha no tratamento clínico, quando os medicamentos não produzem os resultados esperados;
- Infertilidade, para remover lesões que possam interferir na concepção;
- Avanço da doença, mesmo com os sintomas controlados;
- Comprometimento de órgãos fora da pelve, quando os focos endometriais atingem órgãos além da região pélvica, como intestinos, bexiga ou diafragma.
Como a cirurgia de endometriose é feita?
O tratamento cirúrgico da endometriose é, na maioria das vezes, realizado por videolaparoscopia, uma técnica minimamente invasiva. Nesse procedimento, são feitas pequenas incisões no abdômen para inserir os instrumentos cirúrgicos e uma câmera, que transmite imagens detalhadas da região pélvica em uma tela. Com essas imagens, o cirurgião localiza e remove as lesões de forma precisa.
A cirurgia robótica é uma técnica avançada para tratar a endometriose, especialmente em casos complexos. Utilizando um braço robótico controlado pelo cirurgião, ela oferece uma visão tridimensional e maior precisão nos movimentos, permitindo a remoção precisa das lesões, mesmo em áreas difíceis de acessar. A recuperação tende a ser mais simples e mais rápida nesses casos.
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Fontes
Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia